Década de 10
A década de 10 foi marcada pela Primeira Guerra Mundial. As pesadas perdas estimularam as mulheres a tomar lugares na sociedade antes reservados aos homens, tendo inclusive que trabalhar em linhas de montagem. Para isso, foram exigidas roupas que se adaptavam a essas atividades. Algumas atividades, de tão regulares, obrigaram-nas a usar verdadeiros uniformes, e muitas delas passaram a usar calças compridas. Da blusa das enfermeiras às calças das que estão empregadas na fábrica, surge uma nova concepção para a moda. Os lutos, devido aos feridos na guerra, induziram cores sóbrias e uma monocromia que as mulheres não estavam acostumadas.
Apesar da guerra, a década foi marcada por um estilo extravagante. Os figurinistas dos teatros faziam parte do mundo da moda. O russo Esté trouxe o Art Déco para as roupas, com estampas geométricas e inspiração oriental.
A grande conquista feminina com relação à moda foi o comprimento das saias, que subiu até as canelas. Os sapatos eram todos descobertos, e podiam-se ver as meias de algodão pretas, marrons ou cinzas. Usavam-se casacos amarrados na cintura que cobriam parte das saias, aumentando os quadris.
Os chapéus simplificaram-se e a imprensa voltada para a moda começou a apresentar receitas de peças de tricô, como pulôveres, echarpes, espécies de capuzes e meias feitas à mão.
Até então não se conhecia a moda da malha. Ainda nessa época Coco Chanel, introduziu na moda o jérsei, tecido macio, elástico e de malha.
Com a nova e dura realidade da guerra, a vida social ficou limitada, os espetáculos praticamente desapareceram e as mulheres viram-se à frente necessidade de usar toaletes menos elaboradas e ornadas.
Já a roupa masculina não teve muitas mudanças, pois os homens saíram de licença, escapando dos horrores das frentes de batalhas, esses têm toda a razão para se preocuparem com a emancipação feminina, iniciada em suas ausências.