quinta-feira, 20 de maio de 2010

História da Indumentária - Década de 10



Década de 10

A década de 10 foi marcada pela Primeira Guerra Mundial. As pesadas perdas estimularam as mulheres a tomar lugares na sociedade antes reservados aos homens, tendo inclusive que trabalhar em linhas de montagem. Para isso, foram exigidas roupas que se adaptavam a essas atividades. Algumas atividades, de tão regulares, obrigaram-nas a usar verdadeiros uniformes, e muitas delas passaram a usar calças compridas. Da blusa das enfermeiras às calças das que estão empregadas na fábrica, surge uma nova concepção para a moda. Os lutos, devido aos feridos na guerra, induziram cores sóbrias e uma monocromia que as mulheres não estavam acostumadas.
Apesar da guerra, a década foi marcada por um estilo extravagante. Os figurinistas dos teatros faziam parte do mundo da moda. O russo Esté trouxe o Art Déco para as roupas, com estampas geométricas e inspiração oriental.
A grande conquista feminina com relação à moda foi o comprimento das saias, que subiu até as canelas. Os sapatos eram todos descobertos, e podiam-se ver as meias de algodão pretas, marrons ou cinzas. Usavam-se casacos amarrados na cintura que cobriam parte das saias, aumentando os quadris.
Os chapéus simplificaram-se e a imprensa voltada para a moda começou a apresentar receitas de peças de tricô, como pulôveres, echarpes, espécies de capuzes e meias feitas à mão.
Até então não se conhecia a moda da malha. Ainda nessa época Coco Chanel, introduziu na moda o jérsei, tecido macio, elástico e de malha.
Com a nova e dura realidade da guerra, a vida social ficou limitada, os espetáculos praticamente desapareceram e as mulheres viram-se à frente necessidade de usar toaletes menos elaboradas e ornadas.
Já a roupa masculina não teve muitas mudanças, pois os homens saíram de licença, escapando dos horrores das frentes de batalhas, esses têm toda a razão para se preocuparem com a emancipação feminina, iniciada em suas ausências.

História da Indumentária - Década de 20


Década de 20

Uma década de prosperidade e liberdade, animada pelo som dos jazz-bands e pelo charme das melindrosas - mulheres modernas da época, que freqüentavam os salões e traduziam em seu comportamento e modo de vestir o espírito da também chamada Era do Jazz.
       A sociedade dos anos 20, além da ópera ou do teatro, também freqüentava os cinematógrafos. As mulheres copiavam as roupas e os trejeitos das atrizes famosas, como Gloria Swanson e Mary Pickford, ou cantoras, como Josephine Baker, que também provocava alvoroço em suas apresentações, sempre em trajes ousados.
         Livre dos espartilhos, a mulher começava a ter mais liberdade e já se permitia mostrar as pernas, o colo e usar maquilagem. A boca era carmim, pintada para parecer um arco de cupido ou um coração; os olhos eram bem marcados, as sobrancelhas tiradas e delineadas a lápis; a pele era branca, o que acentuava os tons escuros da maquilagem.
       A silhueta dos anos 20 era tubular, com os vestidos mais curtos, leves e elegantes, geralmente em seda, deixando braços e costas à mostra, o que facilitava os movimentos frenéticos - dança vigorosa, com movimentos para os lados a partir dos joelhos. As meias eram em tons de bege, sugerindo pernas nuas. O chapéu, até então acessório obrigatório, ficou restrito ao uso diurno. O modelo mais popular era o "cloche", enterrado até os olhos, que só podia ser usado com os cabelos curtíssimos, a "La garçonne", como era chamado.
       A mulher sensual era aquela sem curvas, seios e quadris pequenos. A atenção estava toda voltada aos tornozelos.
       A década de 20 foi da estilista Coco Chanel, com seus cortes retos, capas, blazers, cárdigãs, colares compridos, boinas e cabelos curtos. Durante toda a década Chanel lançou uma nova moda após a outra, sempre com muito sucesso.
       Toda a euforia dos "felizes anos 20" acabou no dia 29 de outubro de 1929, quando a Bolsa de Valores de Nova York registrou a maior baixa de sua história. De um dia para o outro, os investidores perderam tudo, afetando toda a economia dos Estados Unidos, e, conseqüentemente, o resto do mundo.

 

História da Indumentária - Década de 30


Década de 30

Após uma década de euforia, a alegria dos "anos loucos" chegou ao fim com a crise de 1929. A queda da Bolsa de Valores de Nova York provocou uma crise econômica mundial sem precedentes.
Em geral, os períodos de crises não são caracterizados por ousadias na forma de se vestir.
       As saias ficaram longas e os cabelos começaram a crescer. Os vestidos eram justos e retos, além de possuírem uma pequena capa ou um bolero. Em tempos de crise, materiais mais baratos passaram a ser usados em vestidos de noite, como o algodão e a casimira.
       O corte enviesado e os decotes profundos nas costas dos vestidos de noite marcaram os anos 30, que elegeram as costas femininas como o novo foco de atenção. Alguns pesquisadores acreditam que foi a evolução dos trajes de banho a grande inspiração para tais roupas decotadas.
       A moda dos anos 30 descobriu o esporte, a vida ao ar livre e os banhos de sol.                                                                     
Seguindo as exigências das atividades esportivas, os saiotes de praia diminuíram, as cavas aumentaram e os decotes chegaram até a cintura, assim como alguns modelos de vestidos de noite.
       A mulher dessa época devia ser magra, bronzeada e esportiva, o modelo de beleza da atriz Greta Garbo. Seu visual sofisticado, com sobrancelhas e pálpebras marcadas com lápis e pó de arroz bem claro, foi também muito imitado pelas mulheres.
       Aliás, o cinema foi o grande referencial de disseminação dos novos costumes.                  
Alguns modelos novos de roupas surgiram com a popularização da prática de esportes, como o short, que surgiu a partir do uso da bicicleta. Os estilistas também criaram pareôs estampados, maiôs e suéteres. Um acessório que se tornou moda nos anos 30 foram os óculos escuros. Eles eram muito usados pelos astros do cinema e da música.
       Gabrielle Chanel continuava sendo sucesso, assim como Madeleine Vionnet e    
Jeanne Lanvin. A surpreendente italiana Elsa Schiaparelli iniciou uma série de ousadias em suas criações, inspiradas no surrealismo. Outro destaque é Mainbocher, o primeiro estilista americano a fazer sucesso em Paris. Seus modelos, em geral, eram sérios e elegantes, inspirados no corte enviesado de Vionnet.
       Assim como o corpo feminino voltou a ser valorizado, os seios também voltaram a ter forma. A mulher então recorreu ao sutiã e a um tipo de cinta ou espartilho flexível. As formas eram marcadas, porém naturais.
       Seguindo a linha clássica, tudo o que era simples e harmonioso passou a ser valorizado, sempre de forma natural.



História da Indumentária - Década de 40


Década de 40

A segunda Guerra Mundial já havia começado na Europa. A cidade de Paris, ocupada pelos alemães em junho do mesmo ano, já não contava com todos os grandes nomes da alta-costura e suas maisons. Muitos estilistas se mudaram, fecharam suas casas ou mesmo as levaram para outros países.
       A Alemanha ainda tentou destruir a indústria francesa de costura, levando as maisons parisienses para Berlim e Viena, mas não teve êxito. Apesar das regras de racionamento, impostas pelo governo, que também limitava a quantidade de tecidos que se podia comprar e utilizar na fabricação das roupas, a moda sobreviveu à guerra.
       A silhueta do final dos anos 30, em estilo militar, perdurou até o final dos conflitos. A mulher francesa era magra e as suas roupas e sapatos ficaram mais pesados e sérios.
       A escassez de tecidos fez com que as mulheres tivessem de reformar suas roupas e utilizar materiais alternativos na época, como a viscose, o raiom e as fibras sintéticas.
O corte era reto e masculino, ainda em estilo militar. As jaquetas e abrigos tinham ombros acolchoados angulosos e cinturões. Os tecidos eram pesados e resistentes, como o "tweed", muito usado na época.
        As saias eram mais curtas, com pregas finas ou franzidas. As calças compridas se tornaram práticas e os vestidos, que imitavam uma saia com casaco, eram populares.
       O náilon e a seda estavam em falta, fazendo com que as meias finas desaparecessem do mercado. Elas foram trocadas pelas meias soquetes ou pelas pernas nuas, muitas vezes com uma pintura falsa na parte de trás, imitando as costuras.
       Os cabelos das mulheres estavam mais longos que os dos anos 30. Os lenços também foram muitos usados nessa época.
       A maquiagem era improvisada com elementos caseiros. Alguns fabricantes apenas recarregavam as embalagens de batom, já que o metal estava sendo utilizado na indústria bélica.
       A simplicidade a que a mulher estava submetida talvez tenha despertado seu interesse pelos chapéus, que eram muito criativos. Nesse período surgiram muitos modelos e adornos. Alguns eram grandes, com flores e véus; e outros, menores, de feltro, em estilo militar.
       Durante a guerra, a alta-costura ficou restrita às mulheres dos comandantes alemães, dos embaixadores em exercício e àquelas que de alguma forma podiam freqüentar os salões das grandes maisons.
       Durante a guerra, o chamado "ready-to-wear" (pronto para usar), que é a forma de produzir roupas de qualidade em grande escala, realmente se desenvolveu. Através dos catálogos de venda por correspondência com os últimos modelos.


História da Indumentária - Década de 50


Década 50

Com o fim dos anos de guerra e do racionamento de tecidos, a mulher dos anos 50 se tornou mais feminina e glamorosa. Metros e metros de tecido eram gastos para confeccionar um vestido, bem amplo e na altura dos tornozelos. A cintura era bem marcada e os sapatos eram de saltos altos, além das luvas e outros acessórios luxuosos, como peles e jóias.
Apesar de tudo indicar que a moda seguiria o caminho da simplicidade e praticidade, acompanhando todas as mudanças provocadas pela guerra, nunca uma tendência foi tão rapidamente aceita pelas mulheres como o "New Look", de Christian Dior, o que indica que a mulher ansiava pela volta da feminilidade, do luxo e da sofisticação.
Com o fim da escassez dos cosméticos do pós-guerra, a beleza se tornaria um tema de grande importância. A maquiagem estava na moda e valorizava o olhar, o que levou a uma infinidade de lançamentos de produtos para os olhos, um verdadeiro arsenal composto por sombras, rímel, lápis para os olhos e sobrancelhas, além do indispensável delineador. A maquiagem realçava a intensidade dos lábios e a palidez da pele, que devia ser perfeita.
Era também o auge das loções alisadoras e fixadoras e das tintas para cabelos, que passaram a fazer parte da vida de muitas mulheres a partir dai. Os cabelos também ficaram um pouco mais curtos, com mechas caindo no rosto e as franjas davam um ar de menina, e os penteados podiam ser coques ou rabos-de-cavalo.
Durante os anos 50, a alta-costura viveu o seu apogeu. Nomes importantes da criação de moda transformaram essa época na mais glamourosa e sofisticada de todas.
       Nos anos 50 também foi criado o salto-agulha, o salto-choque, encurvado para dentro, além do bico chato e quadrado, entre muitos outros.
Ao lado do sucesso da alta-costura parisiense, os Estados Unidos estavam avançando na direção do ready-to-wear e da confecção. Na França, Jacques Fath foi um dos primeiros a se voltar ao prêt-à-porter, ainda em 1948, mas era inevitável que os outros estilistas começassem a acompanhar essa nova tendência à medida que a alta-costura começava a perder terreno, já no final dos anos 50.
       No final dos anos 50 a alta-costura começava a perder terreno, enquanto o prêt-à-porter começou a aparecer.
Ao som do rock and roll, a nova música que surgiu nos anos 50, a juventude norte-americana buscava sua própria moda. Assim, apareceu a moda colegial, que teve origem no sportswear. As moças agora usavam, além das saias rodadas, calças cigarrete até os tornozelos, sapatos baixos, suéter e jeans.
O cinema lançou a moda do garoto rebelde, que usava blusão de couro e jeans e camiseta branca, um símbolo da juventude.
Ao final dos anos 50, a confecção se apresentava como a grande oportunidade de democratização da moda, que começou a fazer parte da vida cotidiana.


terça-feira, 18 de maio de 2010

História da Indumentária - Década de 60


DÉCADA DE 60

A imagem dos jovens na época era de total rebeldia, com jaquetas de couro, topetes, jeans e suas lambretas. As moças comportadas já abandonavam suas saias rodadas e abusavam de calças cigarretes. A intenção era liberdade total.
A transformação da moda foi radical, era o fim da moda única, o vestuário cada vez mais estava ligado ao comportamento pessoal.
As roupas não tinham mais aquele ar de “mais velha” tinha cara de uma nova juventude, um novo modo de vida.
A grande estrela da época, com certeza, foi à minissaia, e para complementar o visual as linhas retas, botas brancas e cores muito chamativas tornavam o look perfeito. Os tecidos apresentavam muitas variedades, tanto nas estampas quanto nas fibras.
O jeans se tornou unissex e smoking também estava sendo usados pelas mulheres, para os homens os paletós faziam sucesso.
A moda dos anos 60 explorava a juventude, foi influenciada pela rebeldia e liberdade pessoal dos mais jovens. O futurismo foi uma das características mais marcantes da década, onde podem ser usadas cores como prata e branco. Tecido prata brilhante e até CDs antigos presos um ao outro com fio de nylon, uma solução simples, barata e que tem um belo efeito visual e ainda lembra as roupas de metal de Pacco Rabanne, grande estilista que marcou essa década.



História da Indumentária - Década de 70


Década de 70

         A década de 70 foi uma das mais ricas na história da moda, e foi caracterizada por hippies e românticos. Ela contou com vários movimentos culturais, muitos com a intenção de chocar. Outros pretendiam um estilo de vida mais livre ou mais romântico, inspirado no passado.
Para os homens, a roupa deixa de ser formal e ganhou um toque colorido e psicodélico. Próxima ao corpo tem lapelas largas nos casacos e calças boca- de - sino. As camisas ganham estampas florais inspiradas em ídolos do rock psicodélico. Suas cores predominantes eram tons naturais, metalizados, coloridos, violetas e bordos.
Esta década transformou a roupa masculina, deixando-as mais coloridas e estilizadas. Para as mulheres, passou a ser romântica e despojada: com cabelos desalinhados, saias longas ou curtíssimas com inspiração indiana, batas e estampas florais ou multicoloridas. Além disso, o unissex entra na moda com suas bocas-de-sino e sapatos plataforma.
         A silhueta nos anos 70 era romântica, sonhadora e natural. Flores, liberdade e orientalismo eram suas marcas registradas.
Uma das mais fortes lembranças da década de 70 são os sapatos plataforma, reeditados com adornos e saltos que pretendiam alcançar os céus. Essa foi uma tendência válida tanto para a moda masculina como feminina, deixando claro que essa dualidade já era vista sob um novo prisma: o unissex.


 

História da Indumentária - Década de 80


Década de 80

Os anos 80 foram caracterizados pelo exagero e pela ostentação. Foi nesta época que o jeans alcançou o seu ápice, ganhando status. E os shoppings tornaram-se o paraíso dos consumistas. Nesta época não bastava ser bem-sucedido e bem-vestido, mas sim ter um corpo bonito e saudável.
Influenciando as roupas, o espírito esportivo levou o moletom e a calça fuseaux para fora das academias e consagrou o tênis como calçado para toda hora. Ele também fez ressurgir a moda de calçados baixos, como os mocassins, tanto multicoloridos como clássico.
A cartela de cores era vibrante, prezando por tons fortes e fluorescentes, com jogos de tons e contrastes.
A modelagem era ampla. As mulheres, que nesse momento ingressaram maciçamente no mercado de trabalho à procura por cargos de chefia, adotaram o visual masculino. Cintura alta e ombros marcados por ombreiras era a silhueta de toda a década, ao lado de pregas e drapeados para a noite ou dia. A moda masculina seguiu o mesmo estilo, com ternos folgados e calças largas. Para os acessórios, tamanho era sinônimo de atualidade.
A música se consagrou como formadora de opinião e estilo, levando ao estrelato cantoras como Madonna, que influenciou a sociedade com seu estilo livre e despudorado. O Punk, New Age e Break também merecem destaque.